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Entenda de uma vez por todas se distúrbios hormonais tem relação com o ganho de peso

por Nossa Clínica

Os hormônios são sinalizadores envolvidos em muitos aspectos da saúde, como o metabolismo e o apetite. Influenciam o emagrecimento e o ganho de peso e quando desregulados podem afetar significativamente a saúde, inclusive o peso corporal!

Alguns hormônios podem regular o apetite para ajudar seu corpo a manter os níveis de energia. Enquanto outros, relacionam-se ao armazenamento e quebra de gordura também, os quais vão influenciar no seu gasto energético diário. Por esses e outros motivos, as flutuações nos níveis hormonais podem implicar diretamente no peso corporal, pois um desequilíbrio pode levar ao ganho de peso ou perda de peso, bem como ao acúmulo de gordura corporal em áreas específicas.

Ganho de peso e tireoide

A tireoide é uma das maiores glândulas do nosso corpo e está localizada na base da garganta. Sua principal função é sintetizar, armazenar e secretar os hormônios que estimulam o metabolismo e a atividade das células. Ela é responsável pela produção de dois hormônios: a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina (T4), que são hormônios que controlam as célula do nosso corpo, por possuírem receptores em quase todos os tecidos do organismo.

Assim, por participarem da regulação do metabolismo de todas as células do organismo, quando apresentam disfunções podem influenciar em um aumento de peso não saudável, como ocorre no hipotiroidismo! O hipotiroidismo é caracterizado pela produção insuficiente dos hormônios tireoidianos para as necessidades do corpo, consequência disso é um metabolismo mais lento, e mesmo variando de uma pessoa para outra, um dos principais sintomas envolve o ganho de peso leve a moderado.

Ganho de peso e cortisol

O cortisol é um glicocorticóide, hormônio esteróide que desempenha um papel importante na resposta do corpo ao estresse. No entanto, quando nosso corpo apresenta níveis cronicamente elevados de cortisol, um desfecho pode ser o ganho de peso.

A literatura indica a existência de uma relação recíproca entre glicocorticóides, ganho de peso e obesidade. Um exemplo clássico disso é a síndrome de Cushing, em que o excesso de secreção de cortisol está associado à obesidade visceral. Além disso, existem evidências que sugerem que elevações de longo prazo do cortisol circulante endógeno estão associadas ao ganho de peso em humanos, bem como estresse está associado ao aumento da ingestão de alimentos, em especial o desejo por alimentos altamente palatáveis e altamente energéticos, ricos em gordura e açúcar.

Ganho de peso e estrogênio

A menopausa não acontece de uma só vez, pelo contrário – ela progride por um período de transição para o estágio pós-menopausa. Nesse período, os hormônios femininos sofrem alterações drásticas, sendo uma das principais a diminuição acentuada de estradiol, um tipo de estrogênio, que contribui para distúrbios metabólicos lipídicos.

Esses distúrbios ocorrem pelo fato de que o estradiol é sintetizado usando colesterol de lipoproteína de baixa densidade (LDL-C) no ovário. Por isso, uma diminuição na síntese de estradiol devido à menopausa, significa que o LDL-C não é mais usado para sintetizar estradiol, permanecendo na circulação sistêmica. Desse modo, resulta em altos níveis de LDL-C, com isso um risco aumentado de se ter a obesidade central, bem como alterações na composição corporal e perda muscular.

Ganho de peso e leptina

O hormônio leptina é secretado por adipócitos brancos e quando liberado na circulação, atravessa a barreira hematoencefálica e liga-se aos neurônios GABAérgicos pré-sinápticos do hipotálamo do SNC, controlando o apetite e o gasto energético.

Logo, a leptina atua como um sinal de saciedade para o corpo! Sua ação é na região ventromedial do hipotálamo, responsável pela saciedade, bem como inibe a estimulação do hipotálamo lateral para inibir os efeitos da grelina. Assim, por ser um dos principais hormônios associados com a homeostase energética, qualquer mudança no seu equilíbrio pode afetar a regulação das demandas e armazenamento de energia, com isso pode levar ao ganho de peso.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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