Para quem é a terapia venosa?

A terapia venosa, também conhecida como intravenosa ou endovenosa, é um recurso muito importante que consiste na administração de fármacos, soluções medicamentosas e nutrientes através das veias. Esse procedimento além de possuir fins terapêuticos, também traz maior resposta clínica ao paciente.

Um dos pontos benéficos dessa terapia é que, diferente da via oral, em que muitas vezes os produtos administrados não são absorvidos completamente, ela garante a chegada de todos os produtos em seu alvo de maneira rápida. A terapia venosa pode ser utilizada por aquelas pessoas que apresentam, por exemplo, casos de carência nutricional ou pela necessidade da administração de medicamentos, como na depressão.

Terapia multivitamínica intravenosa.

Para que usar?

Os déficits nutricionais podem ter vários desfechos negativos que podem levar a efeitos colaterais como diarreia, perda de peso, inflamação da língua e anemia. Pessoas com deficiências nutricionais podem precisar de uma suplementação nutricional, muitas vezes sendo feita pela terapia venosa.

A literatura também mostra que a suplementação intravenosa de micronutrientes pode ser utilizada em alguns casos específicos, ou seja, nas perdas específicas, no aumento do estresse oxidativo e na ingestão enteral insuficiente em pacientes inflamatórios.

Uma das soluções de multivitaminas administradas por via intravenosa são coloquialmente denominadas “banana bags”, que consiste em um litro de fluido intravenoso infundido durante 24 horas com uma combinação de tiamina, ácido fólico, magnésio e um multivitamínico. Além desse, outras soluções denominadas coloquialmente de “Myer’s cocktail” podem conter vitamina C, complexo B, cloreto de magnésio, gluconato de cálcio, hidroxocobalamina, cloridrato de piridoxina e dexpantenol.

A infusão de micronutrientes por via intravenosa aumentou em popularidade, principalmente entre as clínicas independentes de medicina complementar e alternativa ou em departamentos de emergência. Apesar disso, uma limitação que pode ser observada é a escassez de artigos que examinam apenas a suplementação multivitamínica intravenosa, pois esta não é uma via frequentemente examinada na literatura quando comparada com as vias enteral e parenteral.

Terapia venosa e desempenho no exercício

A prática regular de exercício físico possui muitos benefícios, o que inclui a redução do risco de doenças como diabetes do tipo II, além de melhorar a função de nossos órgãos, em particular o músculo esquelético. Apesar disso, durante o exercício físico intenso, a produção de radicais livres ou espécies reativas de oxigênio aumentam e podem inibir a função contrátil muscular, levando à fadiga e comprometimento do desempenho.

Além de treinos rigorosos e regimes de dieta, muitos atletas de alto nível ainda procuram uma vantagem extra para melhorar seu desempenho, muitas vezes recorrendo à suplementação de nutrientes. A suplementação de antioxidantes tem recebido uma atenção entre os atletas como um possível método para reduzir os danos musculares.

Nesse sentido, uma abordagem de suplementação personalizada é altamente recomendada, pois a suplementação tem que estar de acordo com os seus objetivos. Nesse sentido, a terapia venosa pode ajudar na proteção do contra os radicais livres, pela presença de vitaminas antioxidantes nos multivitamínicos, como a vitamina E e C.

Uso da terapia venosa na depressão

Estudos demonstram que grande parte dos adultos com transtorno depressivo maior não apresentam recuperação sindrômica e funcional suficiente com os antidepressivos à base de monoaminas disponíveis.

Por esse motivo, a literatura relata a eficácia, tolerabilidade e segurança da cetamina intravenosa em adultos com depressão bipolar e unipolar resistentes ao tratamento. Assim, um estudo em que todos os pacientes tiveram dois ou mais tratamentos prévios inadequados, receberam tratamento da cetamina intravenosa. Durante o tratamento inicial, a frequência da terapia venosa de cetamina foi de quatro infusões administradas em um período de 7 a 14 dias, o qual levava em consideração a disponibilidade/agendamento do paciente.

Entre os resultados benéficos observados, a rápida redução nos sintomas depressivos foi um deles! Foi sugerido que a cetamina também pode reduzir a tendência suicida, que é muito comum no transtorno depressivo maior, além de não ter sido relatada amplificação de ideação suicida pré-existente com o tratamento com cetamina e uma redução significativa na sintomatologia de ansiedade concomitante.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Higgins, Madalyn Riley et al. Antioxidants and Exercise Performance: With a Focus on Vitamin E and C Supplementation. International journal of environmental research and public health. vol. 17,22 8452. 15 Nov. 2020, doi: 10.3390/ijerph17228452

Mclntryre, Roger, et al. The effectiveness of repeated intravenous ketamine on depressive symptoms, suicidal ideation and functional disability in adults with major depressive disorder and bipolar disorder: Results from the Canadian Rapid Treatment Center of Excellence. Journal of affective disorders, vol. 274 (2020): 903-910. doi: 10.1016/j.jad.2020.05.088

Wells, Charlotte, et al. Intravenous Multivitamin Therapy Use in Hospital or Outpatient Settings: A Review of Clinical Effectiveness and Guidelines. Canadian Agency for Drugs and Technologies in Health, 15 October 2020. PMID: 33523616

Fonte original do Artigo

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