A andropausa é um processo que ocorre de forma gradual em homens, o qual é semelhante à menopausa nas mulheres. Esse processo é característico do declínio gradual e constante da produção dos hormônios testosterona e desidroepiandrosterona (DHEA). Ademais, a andropausa é referida na literatura por diferentes nomes, como: “climatério masculino, androclise, declínio androgênico do envelhecimento masculino, síndrome do envelhecimento masculino, hipogonadismo de início tardio, menopausa masculina, deficiência androgênica no envelhecimento masculino, viropausa, hipogonadismo de início tardio sintomático ou síndrome de deficiência de testosterona”.
Nesse contexto, a andropausa possui um início tardio e oculto, ao contrário da menopausa, que é um processo globalmente conhecido com características temporais aparentes relacionadas à falha absoluta das glândulas gonadais ou sexuais. Além disso, estudos mostram que mais de 70% dos homens com mais de 40 anos de idade apresentam sintomas de andropausa, sendo que sua incidência é de 12,3 por 1.000 pessoas no ano.
Outrossim, o início dos sintomas da andropausa ocorrem em média entre os 40 e 50 anos, sendo que a prevalência aumenta de acordo com a idade. Vale lembrar que, assim como na menopausa, os sintomas variam de pessoa para pessoa, os quais incluem disfunção sexual, diminuição da libido, fadiga geral, alterações de humor, disfunção cognitiva, irritabilidade, dificuldade de funcionamento e não aproveitar a vida, suores noturnos e às vezes palpitações cardíacas e encurtando a altura. Ainda assim, em relação ao diagnóstico, ele deve ser feito com base nos sintomas clínicos e com a confirmação dos níveis reduzidos de testosterona livre ou biodisponibilidade abaixo do nível normal.
Saúde e andropausa
A literatura mostra que a andropausa afeta vários aspectos da saúde dos homens. Ou seja, sua ocorrência pode estar associada a um aumento do risco de fraturas ósseas, por conta do risco aumentado de osteoporose; risco de morte por doença cardiovascular em três vezes mais; síndrome metabólica e diabetes tipo 2, todos associados aos baixos níveis de testosterona no sangue. Sendo que, estes efeitos provocam um aumento da taxa de mortalidade em homens. Ainda, vale destacar que essa condição pode causar baixa auto estima, ansiedade e depressão, o qual leva a um efeito negativo e indesejado no relacionamento com o parceiro sexual.
Além disso, um estudo realizado no Irã mostrou que apesar da maioria dos homens com mais de 40 anos apresentar sintomas de andropausa, sua consciência em relação a essa questão era muito baixa. Isto quer dizer que, o resultado do questionário aplicado mostrava que esses homens tinham andropausa, mas por falta de conhecimento, e até mesmo pelos homens normalmente serem indiferentes aos sintomas anormais que lhes ocorrem devido à condição socioeconômica, masculinidade, racismo, falta de consciência da necessidade de atenção primária e crenças religiosas, eles não tinham consciência de que aqueles eram sintomas característicos da andropausa.
Por fim, o estudo descrito anteriormente mostrou, também, que os níveis de conscientização eram maiores naqueles homens que apresentavam maior nível de escolaridade. Dessa forma, se faz necessário que se tenha uma maior educação acerca da andropausa, bem como mais pesquisas relacionadas ao tema.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
SAMIPOOR, Forough et al. Awareness and experience of andropause symptoms in men referring to health centers: a cross-sectional study in Iran. The aging male : the official journal of the International Society for the Study of the Aging Male, vol. 20,3 (2017): 153-160. doi: 10.1080/13685538.2017.1298586