Um estudo recente feito pelo Departamento de Cardiologia da Universidade de Sarawak, na Malásia, mostrou que os registros de eletrocardiograma (ECG) de smartphones podem ser eficazes na detecção de Fibrilação Atrial (FA).
Introdução Sobre a Fibrilação Atrial
A Fibrilação Atrial (FA) é o tipo mais comum de arritmia cardíaca, atingindo mais de 175 milhões de pessoas em todo o mundo. A principal e mais grave consequência da FA é o aumento do risco de o paciente sofrer um AVC, que por sua vez é a segunda maior causa de mortes no mundo.
Essa cardiopatia tem como principal característica a transmissão irregular dos impulsos elétricos que coordenam os batimentos cardíacos. Com isso os átrios cardíacos (par de câmaras coletoras de sangue que contraem e relaxam o miocárdio, contribuindo para a circulação de sangue por entre os órgãos) não se contraem de maneira ritmada, fazendo com que os batimentos cardíacos acelerem, podendo chegar a dobrar.
Esse descompasso dificulta a tarefa do coração de enviar sangue para os ventrículos, o que eleva os riscos de insuficiência cardíaca, formação de coágulos, infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Todo esse quadro é agravado pela dificuldade em diagnosticar a doença precocemente, visto que a doença tem um início quase sempre silencioso e, nas fases mais agudas, sintomas irregulares. Isso, somado a resistência do brasileiro em realizar consultas e exames de rotina, sem motivo aparente, é um perigo para a saúde.
Inteligência Artificial: eletrocardiograma de smartphone para detecção de fibrilação atrial
Um estudo recente feito pelo Departamento de Cardiologia da Universidade de Sarawak, na Malásia, mostrou que os registros de eletrocardiograma (ECG) de smartphones podem ser eficazes na detecção de Fibrilação Atrial (FA).
O estudo contou com 203 participantes, sendo que 98 deles (Grupo Controle) ficou com um Holter 24 horas e 105 (Grupo Intervenção) utilizaram o monitoramento de eletrocardiograma por smartphone durante o período de 30 dias.
Para a seleção dos participantes, os critérios utilizados foram, que todos tivessem idade maior ou igual a 55 anos, sem Fibrilação Atrial conhecida/diagnosticada previamente, e que tenham sofrido Ataque Isquêmico Transitório (AIT) nos últimos 12 meses.
A Fibrilação Atrial (FA) com duração maior ou igual a 30 segundos foi detectada em 10 de 105 pacientes do Grupo Intervenção (smartphone) e em 2 de 98 pacientes do Grupo Controle (Holter 24 horas). Quase 10% de eficiência do eletrocardiograma de smartphone contra 2% do exame tradicional.
A conclusão do estudo foi de que o eletrocardiograma de smartphone melhorou significativamente a detecção de Fibrilação Atrial em pacientes nessas condições, quando comparado ao Holter 24 horas.
Isso significa que programas de celular substituem o Holter 24 horas ou outros exames tradicionais? De forma alguma, mas representam um avanço importante da tecnologia, da ciência e da medicina, aumentando as possibilidades de um diagnóstico precoce e eficiente.
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