Estratégias hormonais para a libido feminina

A menopausa compreende uma fase da vida em que a mulher não possui mais capacidade reprodutiva devido à perda da função ovariana, e a etiologia por trás desse estado é uma intensa e importante alteração que acontece nos níveis hormonais. Durante esse período, é comum sentir menos interesse em sexo, sendo esta uma consequência das mudanças físicas provocadas pela redução do estrogênio. Essas alterações podem incluir um atraso no tempo de reação do clitóris, resposta orgástica lenta ou ausente e secura vaginal, fatores que podem afetar a libido feminina.

Diante disso, algumas estratégias hormonais podem ser utilizadas para melhorar a libido feminina, dentre elas está a terapia de reposição hormonal e a regulação dos níveis de testosterona da mulher. Por outro lado, o sono regulado pode trazer benefícios para a libido feminina, e apesar de não estar bem associado às alterações nos hormônios sexuais, relacionam-se ao aumento do hormônio do estresse, o cortisol.

Terapia de reposição hormonal

A terapia de reposição hormonal é utilizada para aliviar os sintomas da menopausa, ou seja, é feita para complementar os hormônios que se encontram reduzidos nesse período. Seja na forma de estrogênio para as mulheres sem útero, seja na forma de estrogênio-progestagênio para mulheres com útero – essa combinação é utilizada para prevenir a hiperplasia ou câncer endometrial. A reposição pode ser feita por várias vias de administração, sendo duas delas: a via oral e a transdérmica. Em vista disso, a terapia de reposição hormonal restaura o equilíbrio no corpo feminino, consequentemente melhora o estado físico, emocional e a libido.

Aumentar a testosterona da mulher

Nas mulheres, os estrogênios são os principais hormônios sexuais responsáveis pela maturação reprodutiva feminina e pelo desenvolvimento das características sexuais. Enquanto os andrógenos são importantes para a saúde e o bem-estar sexual feminino. Em relação aos efeitos fisiológicos, estes relacionam-se ao seu papel como precursores da síntese de estrogênio, bem como apresentam efeitos independentes nos tecidos reprodutivos femininos, humor, cognição, seios, ossos, músculos, vasculatura e outros sistemas. Sendo os andrógenos biologicamente ativos nas mulheres: o sulfato de dehidroepiandrosterona, androstenediona, testosterona e diidrotestosterona.

Nas mulheres, os níveis dos andrógenos diminuem com a idade, começando por volta dos 30 anos e a indicação baseada em evidências para terapia com testosterona em mulheres, é para tratar hipoatividade e transtorno do desejo sexual após a menopausa, os quais estão diretamente ligados com a libido.

É importante destacar que a via mais benéfica para a terapia com testosterona em mulheres é transdérmica, pois esta geralmente é associada a efeitos adversos mínimos além de ser bem tolerada.

Tenha um sono regulado

Além do envelhecimento natural estar associado ao declínio do sono, muitos estudos também sugerem que a transição da menopausa aumenta a deterioração do sono. Estudos mostram que as consequências das alterações no padrão dos sono são diversas, as quais incluem: reduções na eficiência do processamento cognitivo, do tempo de reação e da responsividade atencional, prejuízo na memória, aumento da irritabilidade, alterações metabólicas, endócrinas, imunológicas, quadros hipertensivos, cansaço, náuseas, dores de cabeça, ardência nos olhos, visão turva, dores articulares, bem como a diminuição da libido!

Por esse motivo, é importante manter uma rotina de sono regular e com horários consistentes e suficientes para conferir benefícios à saúde. Uma dica é de que exposição à luz deve ser mínima! A melatonina, conhecida como hormônio do sono, aumenta seus níveis à medida que o dia escurece, tendo sua maior concentração no auge da escuridão. Quando nos expomos à luz, incluindo as dos aparelhos eletrônicos, nossas retinas captam sua presença e enviam esse sinal para o núcleo supraquiasmático, que, por sua vez, diminui os níveis desse hormônio no organismo.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Antune, Hanna. Privação de sono e exercício físico. Revista Brasileira de Medicina Esporte, 14 (1), Vol. 14, No 1. DOI: 10.1590/S1517-86922008000100010

Goel, Namni et al. Circadian rhythms, sleep deprivation, and human performance. Progress in molecular biology and translational science, vol. 119 (2013): 155-90. doi: 10.1016/B978-0-12-396971-2.00007-5

Prelevic, G. M., & Jacobs, H. S. (1997). Menopause and post-menopause. Baillière’s Clinical Endocrinology and Metabolism, 11(2), 311–340. doi: 10.1016/s0950-351x(97)80317-5

Fonte original do Artigo

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