Descubra os perigos do consumo de medicamentos emagrecedores sem prescrição

A obesidade é conhecida por ser um desafio global de saúde e com poucas opções farmacológicas aprovadas. Afeta mais de 600 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo definida pelo excesso de gordura corporal, em quantidade que desencadeia prejuízos à saúde. Além disso, a obesidade é considerada uma doença, pois aumenta a predisposição do indivíduo à morte e ao desenvolvimento de enfermidades, e segundo a Organização mundial da saúde um indício de obesidade é um IMC acima de 30 kg/m².

Estudos trazem que um estigma do peso em relação à obesidade na sociedade atual traz graves resultados danos físicos e psicossociais. Dessa forma, a obesidade tornou-se ferramenta para descriminação e exclusão do indivíduo, além de que está associada ao surgimento de problemas como bullying, depressão, suicídio, abuso de anorexígenos, cirurgias plásticas e distorção da própria imagem, por exemplo. Esse cenário pode ser um reflexo de uma geração que é facilmente influenciada pela mídia e sem senso crítico. Um levantamento da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, mostrou que 85% das pessoas com obesidade relataram algum constrangimento devido ao peso, enquanto 30% se sentiam culpadas por aquela condição.

Atualmente, é comum encontrar pessoas que buscam o “corpo perfeito”, que é uma incansável luta contra o espelho, na qual foi exacerbada ainda mais na última década pelo uso das redes sociais. Dessa forma, o tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar, sendo o tratamento farmacológico um complemento para a mudança de hábitos de vida em relação às orientações nutricionais e prática de exercícios. Assim, como em qualquer doença crônica, o tratamento farmacológico é utilizado de forma adjuvante às orientações nutricionais e prática de exercícios.

Perigos observados

No Brasil é permitido a produção, comercialização e consumo, sob prescrição médica, de fármacos anorexígenos para o tratamento da obesidade. Apesar disso, algumas pessoas que não se enquadram no perfil do paciente obeso, têm acesso a esses medicamentos e fazem o uso de forma irracional, sem prescrição e orientação correta. Assim, são expostas aos efeitos adversos e a dependência medicamentosa.

Por outro lado, apesar do tratamento de primeira escolha para a obesidade ser baseado em dieta, atividade física e mudanças comportamentais, boa parte dos pacientes não atingem resultados satisfatórios, uma vez que este depende da dedicação e do desempenho de cada indivíduo, além de que costuma ocorrer de forma gradativa. À vista disso, buscando resultados de curto prazo, a adesão ao tratamento farmacológico tem se tornado uma escolha recorrente por muitos que desejam a perda de peso de maneira rápida. E é a partir disso que muitas pessoas recorrem a uma busca independente desses fármacos.

As substâncias anorexígenas, podem estimulam o sistema cardiovascular e o sistema nervoso central, além de que podem mimetizar os efeitos da adrenalina, dopamina e noradrenalina, consequência disso é o aumento da pressão sanguínea, midríase e aumento do estado de alerta. Não obstante, alguns fármacos também podem desencadear alteração de humor, insônia, boca seca, constipação, dor de cabeça, náuseas, palpitações, tonturas e sudorese excessiva.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Souza, Monara, et. al. Riscos da automedicação com fármacos anorexígenos para o tratamento da obesidade: revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 11, n. 12, e133111234459, 2022 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI:

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Sousa, Débora, et. al. Risco do uso indiscriminado de medicamentos para emagrecimento. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.4, n.6, p.28589-28602 nov/dec. 2021 | DOI:10.34119/bjhrv4n6-402

Fonte original do Artigo

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