Como os hormônios influenciam no emagrecimento?

Os hormônios são sinalizadores envolvidos em muitos aspectos da saúde, como o metabolismo e o apetite. Eles influenciam o emagrecimento e quando desregulados pode afetar significativamente a saúde, inclusive o peso corporal!

Alguns hormônios podem regular o apetite para ajudar seu corpo a manter os níveis de energia. Enquanto uns estimulam a fome, outros sinalizam que você comeu o suficiente. O armazenamento e quebra de gordura também são regulados por hormônios que vão influenciar no seu gasto energético diário. Por esse motivo, as flutuações nos níveis hormonais podem implicar diretamente no emagrecimento, pois um desequilíbrio pode levar ao ganho de peso ou perda de peso, bem como ao acúmulo de gordura corporal em áreas específicas.

Sensação de apetite e saciedade

Grelina, Leptina e Insulina

A regulação da sensação de apetite e saciedade envolve uma série de interações complexas entre os hormônios do trato gastrointestinal ao hipotálamo e feedback subsequente. No hipotálamo possui regiões específicas em que os hormônios interagem nas sensações de apetite e saciedade, o que leva ao consumo alimentar ou a sensação de satisfação. Essa regulação de sensação de fome e saciedade feita pelo hipotálamo é feita pela interação dos hormônios grelina e leptina, os quais podem levar à homeostase energética. Dessa forma, o desequilíbrio e a desregulação desses hormônios podem ter efeitos drásticos na homeostase energética do corpo.

A grelina é conhecida como hormônio da fome devido seu papel no aumento do peso corporal e por apresentar níveis elevados antes das refeições, no hipotálamo ela estimula a área lateral, pois este é responsável pela fome. Além de impulsionar a ingestão de alimentos, a grelina também está envolvida na regulação dos ritmos sono-vigília, sensação de paladar e regulação do metabolismo da glicose.

A leptina é melhor compreendida como o oposto da grelina, atuando como um sinal de saciedade para o corpo. Assim, juntamente com a grelina, a leptina existe em equilíbrio para regular a homeostase energética. Sua ação é na região ventromedial do hipotálamo, responsável pela saciedade, bem como inibe a estimulação do hipotálamo lateral para inibir os efeitos da grelina. A leptina também tem muitos outros papéis no corpo, como reprodução, pressão sanguínea e vastos efeitos no sistema imunológico.

Dessa forma, fica evidente que a grelina e leptina são os dois principais hormônios associados com a homeostase energética e qualquer mudança no delicado equilíbrio entre ambas pode afetar drasticamente a capacidade do nosso corpo de regular as demandas e o armazenamento de energia, levando à fisiopatologia relacionadas ao desequilíbrio de peso e homeostase energética inadequada, como exemplo a obesidade.

Outrossim, a insulina é um hormônio secretado pelo pâncreas e que desempenha papéis importantes na regulação do açúcar no sangue e no balanço energético. Assim, após as refeições os níveis de insulina são aumentados rapidamente, variando de acordo com a adiposidade. Com isso a insulina interage com o cérebro por meios de um processo saturável, mediado por receptor em níveis proporcionais à insulina circulante, o qual reduz a ingestão de alimentos.

Tireoide e regulação do metabolismo

A tireoide é uma das maiores glândulas do nosso corpo e está localizada na base da

garganta. Sua principal função é sintetizar, armazenar e secretar os hormônios que estimulam o metabolismo e a atividade das células. Ela é responsável pela produção de dois hormônios: a triiodotironina (T3) e a tetraiodotironina (T4), que são hormônios que controlam as célula do nosso corpo, por possuírem receptores em quase todos os tecidos do organismo.

Dessa forma, os hormônios da tireoide participam da regulação do metabolismo de todas as células do organismo, e quando apresentam disfunções podem influenciar no emagrecimento por resultar no aumento de peso não saudável.

Por exemplo, no hipotiroidismo ocorre quando a glândula tireóide não produz hormônio tireoidiano suficiente para as necessidades do corpo, e mesmos variando de uma pessoa para outra os principais sintomas incluem o ganho de peso e a fadiga, os quais se tornam mais comuns com a idade.

Cortisol e apetite

O cortisol é um hormônio esteróide que desempenha um papel importante na resposta do corpo ao estresse. Nos últimos anos, a literatura tem mostrado que o estresse associado a um aumento do cortisol desempenha um papel no desenvolvimento da obesidade.

Ou seja, estudos mostram que o cortisol pode redistribuir a gordura para a região abdominal e aumentar o apetite, especialmente o desejo por alimentos altamente palatáveis e altamente energéticos, ricos em gordura e açúcar. Além disso, uma pesquisa mostrou que mulheres com alto cortisol tendem a comer mais em comparação com mulheres que possuem baixo nível de cortisol. E todo esse contexto e perfil alimentar pode influenciar o emagrecimento, pois apresentam uma quantidade calórica elevada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Austin, Juliana, and Daniel Marks. “Hormonal regulators of appetite.” International journal of pediatric endocrinology, vol. 2009: 141753. doi: 10.1155/2009/141753

Bogéa, Maria Amélia. Como o hipotireoidismo pode afetar a qualidade de vida?.

Yeung, Anthony Y. and Prasanna Tadi. Physiology, Obesity Neurohormonal Appetite And Satiety Control. StatPearls, StatPearls Publishing, 14 November 2021.

Yavuz, Sahzene et al. “Thyroid Hormone Action and Energy Expenditure.” Journal of the Endocrine Society vol. 3,7 1345-1356. 16 May. 2019, doi: 10.1210/js.2018-00423

Fonte original do Artigo

Related posts

Bioimpedância explorando sua Influência na Saúde Física

Demência senil. As melhores estratégias para prevenção

Inflammaging: você já ouviu falar?

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Ler Mais