O peso corporal é regulado por vários mecanismos, dentre eles está a ação hormonal. Por exemplo, os hormônios sinalizadores de adiposidade periférica, como a leptina e a grelina, medeiam o estado de energia periférica para os centros regulatórios centrais no hipotálamo. Assim, por conta dos seus efeitos no peso corporal, o uso de hormônios pode ser benéfico para o emagrecimento, mas apesar disso, seu uso individual não basta para emagrecer!
Além dos hormônios, intervenções no estilo de vida, como dieta saudável e aumento da atividade física, têm sido amplamente recomendadas para reduzir o risco de complicações relacionadas à obesidade, bem como à própria obesidade. Por sinal, a alimentação está intimamente ligada ao emagrecimento, sendo esta a base desse processo. Primeiramente, o balanço energético, a relação entre as calorias que o corpo gasta e a quantidade energética fornecida pelos alimentos, são pontos fundamentais no processo de emagrecimento.
Quando o balanço energético encontra-se negativo, que acontece quando nós ingerimos menos calorias do que gastamos, nosso corpo tende a perder peso. Por isso se faz necessário estratégias de déficit calórico para favorecer o processo de emagrecimento, inclusive quando se faz uso de hormônios. Vale destacar que durante a restrição calórica, a primeira fase do emagrecimento é rápida e dura entre alguns dias a um mês; isto é seguido por uma segunda fase caracterizada pelo emagrecimento mais lento, o que torna o exercício físico uma parte fundamental no processo de emagrecimento. Ou seja, a atividade física e o treinamento físico são estratégias comumente utilizadas para promover e manter o emagrecimento em pacientes com obesidade ou com sobrepeso. Isso geralmente ocorre em combinação com restrição calórica, medicação ou intervenção de cirúrgica bariátrica.
Além disso, a qualidade do plano alimentar também influencia no emagrecimento! Isso quer dizer que nem tudo gira em torno das calorias, a qualidade dos alimentos consumidos influenciam significativamente na redução de peso corporal. Por isso deve-se investir em alimentos in natura e minimamente processados, ou seja, aqueles mais naturais, como indica o Guia Alimentar da população Brasileira, bem como deve-se evitar os alimentos ultraprocessados, aqueles que possuem um alto grau de industrialização.
Por fim, os principais fatores de proteção para a manutenção do emagrecimento incluem a adesão a altos níveis de atividade física e dietas com baixo teor calórico. Por outro lado, a baixa adesão a esses fatores estão associados a dificuldade em manter o emagrecimento. Vale destacar que a eficácia da atividade física na manutenção do emagrecimento é limitada pela adesão do paciente, tornando-se uma questão complexa que envolve aspectos físicos, fisiológicos e comportamentais.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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