A transição do período reprodutivo para o primeiro ano pós-menopausa, denominada perimenopausa, ocorre ao longo de vários anos e é caracterizada por mudanças biológicas substanciais. Na perimenopausa os níveis de hormônios sexuais são maiores do que as alterações que ocorrem durante a fase folicular e lútea do ciclo menstrual durante a pré-menopausa, e está associada à pior carga de sintomas da menopausa.
Os sintomas da menopausa podem ser muito angustiantes, afetando consideravelmente a vida pessoal, social e profissional das mulheres. Estas muitas vezes ficam intrigadas com as mudanças notáveis no humor, padrões de sono, memória e forma do corpo, bem como o aparecimento de sintomas vasomotores e urogenitais.
Sintomas vasomotores
Os sintomas vasomotores são considerados uma marca registrada da menopausa e são definidos como ondas de calor e sudorese, às vezes seguidos de tremores e sensação de frio. Aproximadamente 75% das mulheres apresentam sintomas vasomotores durante a menopausa, e estes são os sintomas mais frequentes e incômodos associados, e isso é devido ao seu aparecimento súbito e aparentemente aleatório durante o dia e até à noite.
Além de influenciar a qualidade de vida das mulheres durante o dia, os sintomas vasomotores também alteram a qualidade do sono. Ou seja, as mulheres com sintomas vasomotores noturnos apresentam maior inquietação motora na cama, sono menos eficiente e uma sensação reduzida de descanso pela manhã em comparação com mulheres sem sintomas noturnos.
Perturbação do sono
Entre 40 e 60% das mulheres na menopausa relatam uma dificuldade para dormir, e as queixas são principalmente relacionadas aos despertares noturnos. Sendo que, o aumento da ocorrência de interrupções do sono foi maior nas mulheres na perimenopausa e na pós-menopausa em comparação com as mulheres na pré-menopausa.
Ainda assim, o declínio da qualidade de sono das mulheres na menopausa está intimamente ligado aos sintomas relacionados a esse período, ou seja, as ondas de calor e os sintomas depressivos. Em que a presença de ondas de calor está relacionada aos números de despertares durante a noite, indicando uma clara contribuição das ondas de calor nos distúrbios do sono.
Ademais, a literatura sugere que os distúrbios do sono estão associados a um declínio cognitivo em mulheres na menopausa, particularmente no que diz respeito à atenção, memória episódica e função executiva.
Sintomas urogenitais
Os sintomas urogenitais costumam ser frequentes em mulheres após a menopausa, embora não sejam relatados com frequência, e incluem a secura vaginal, dispareunia, prurido e ardor vulvar, disúria, frequência e urgência urinária e infecções recorrentes do trato urinário inferior. Ademais, essa baixa frequencia de relato foi descutida em um estuo que destacou a relutância das mulheres na pós-menopausa em abordar esses sintomas com seus profissionais de saúde, causando um atraso em seu tratamento.
Além disso, a prevalência dos sintomas urogenitais em mulheres com desconforto vaginal foi de 83% para secura vaginal, 42% para dor durante a relação sexual, 30% para micção involuntária, 27% para dor, 26% para coceira, 14% para queimação e 11% para dor ao tocar a vagina.
Disfunção sexual
Estudos relatam que a transição para a menopausa associa-se à redução do desejo sexual, independente do envelhecimento, sendo impulsionado pelos hormônios. Sendo que, a diminuição do do desejo sexual é seguida de um aumento nas relações sexuais dolorosas, com inicio no final da perimenopausa.
Os sintomas vulvovaginais podem se somar à disfunção sexual e interferir no bem-estar social, interpessoal e psicológico, pois a dor durante a relação sexual pode levar à evitação da intimidade sexual com um parceiro. No entanto, estar em um relacionamento duradouro parece preservar uma vida sexual satisfatória, mesmo em mulheres mais velhas no final da menopausa.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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